Noé Freire Sandes

Entre a memória e a história. Os exilados da Velha República

A partir da tensa aproximação entre memória e historiografia recorremos as narrativas sobre a Revolução de 1930 para sobre o projeto político dos homens que foram depostos e condenados ao silêncio. A compreensão desse jogo político busca refazer o nexo entre os sentimentos, os afetos e o poder, para apreender as representações dos que partilharam da derrota, do exílio, da desesperança. Discutir a memória desse período resulta em dupla tarefa: discutir a historiografia e a memória dos partícipes do jogo político em um momento de redefinição das relações de poder. O projeto também visa refletir sobre a percepção dos atores políticos sobre o passado nas constituintes de 1934 e de 1946. O estudo da crônica política no jornal Correio da Manhã, e sua relação com o debate travado no parlamento, permitiu adentrar na formação de uma memória social em torno da revolução de 1930 e seus desdobramentos. Nessa direção, acompanhamos a trajetória de dois jornalistas: Costa Rego e Carlos Lacerda. A etapa final dessa pesquisa, ainda em curso, pretende avançar para a avaliação do passado a partir da Constituinte de 1988, com atenção especial para a crônica política de Carlos Castelo Branco.