Liberdade, Estado e Subjetividade no pensamento político ocidental entre a modernidade e a idade contemporânea

Esta disciplina pretende examinar as principais etapas do processo de formação do pensamento político europeu, partindo do humanismo político de Nicolau Maquiavel e Francesco Guicciardini, passando depois para o período fundamental da Reforma e para os escritos políticos de Martinho Lutero e Erasmo deRoterdã, daí o nascimento do pensamento político utópico com os escritos de Thomas More. O estudo da primeira modernidade será central para mostrar a formação da relação entre subjetividade política e Estado, assim como, posteriormente, entre Antigo Regime e Iluminismo na França. A partir daqui será abordada a questão ligada à relação entre história e política em três diferentes contextos europeus: França, Itália e Escócia. Uma relação, aquela entre a história e a política, que forma a base de desenvolvimentos sucessivos no pensamento político europeu, que serão analisados a partir de três linhas principais, tais como: a dialética entre razão e revolução, a filosofia do direito de Hegel e o retorno a ordem após a experiência da Revolução Francesa. Além disso, dentro desta disciplina, um amplo espaço será dado ao estudo das várias doutrinas políticas liberais afirmadas no pensamento político europeu, em particular, mas não apenas, na segunda metade do século XIX e principalmente na França, Alemanha e Inglaterra. A reconhecida centralidade desses três Países deriva do fato de proporem diferentes soluções liberais, resumidas em duas expressões, que serão aprofundadas durante as aulas: 'liberdade pelo Estado' (Inglaterra e parcialmente França) e 'liberdade no Estado' (Alemanha e parcialmente a França). Uma vez mostrada a centralidade do conceito de liberalismo, em suas diferentes formas, serão examinados também os conceitos de socialismo e de democracia, destacando os elementos de continuidade existentes entre eles, assim como as diferenças, e o papel que desempenharam dentro da dialética entre a liberdade, a ideia de Estado e a formação da atual subjetividade política. Finalmente, a última parte da disciplina enfocará o pensamento anarquista de acordo com uma leitura destinada a mostrar suas possíveis contribuições dentro
da dinâmica política moderna, bem como, por outro lado, seus insuperáveis elementos utópicos. Partindo da reflexão da Escola Austríaca de Economia, esta última parte também se estenderá às traduções, por assim dizer, heterodoxas do anarquismo, concentrando-se nas principais tendências do assim chamado 'anarco-capitalismo' de matriz estadunidense, ao qual será dedicado um aprofundamento de estudo ad hoc.