Dulce Oliveira Amarante dos Santos

A medicina monástica em Portugal na Idade Média

O presente projeto trata de temática inédita na historiografia portuguesa contemporânea. Investiga os espaços dos mosteiros destinados à prática médica: o domus infirmorum e os hospitais de caridade. Centra-se nos mosteiros beneditinos e nos mosteiros dos cônegos regrantes de Santa Cruz de Coimbra nos séculos XII e XIII. Pesquisa ainda o Hospital São Nicolau e a atuação feminina do mosteiro de São João das Donas. 

A prática médica: da botica monástica ao ofício de boticário em Portugal (Séculos XII-XV)

Este projeto de pesquisa tem como principal objetivo ampliar o espectro do anterior apresentado, incluindo, além da medicina, as boticas conventuais portuguesas das diferentes regras monásticas e seus remédios (mezinhas) simples e compostos, no período entre os séculos XII e XV. Além de tratar dos monges enfermos, essas boticas forneciam também mezinhas para os doentes extramuros das comunidades religiosas e alguns monges atuaram como físicos das cortes régias. Pretendemos também acompanhar, nos séculos finais do medievo, o nascimento do ofício de boticário, distinto daquele do físico/médico, que acumulava os dois saberes, o teórico e o prático da medicina escolástica. Essa separação esteve relacionada à preocupação régia com a saúde pública do reino em tempos de pestes urbanas recorrentes. Assim buscaremos uma diversidade de fontes manuscritas e impressas sobre o tema em estudo, a saber, os antidotários ou compêndios de receitas dos remédios, as farmacopéias, as especiarias, as livrarias das boticas, inventários de hospitais de caridade monásticos, costumeiros cluniacenses, cistercienses, dominicanos e franciscanos, tratados de prática médica, livros contábeis das casas monásticas, correspondências entre mosteiros e cartas régias etc.