A partir das ltimas décadas do século XX, diferentes correntes historiográficas voltaram os seus estudos para as problemáticas em torno da teoria do poder real e as concepções referentes imagem dos reis de Portugal e Castela. Tais matérias abrangeram temas diversos como a concepção e a teoria do poder monárquico, os símbolos régios, as formas de legitimação deste poder em relação nobreza e o clero, dentre outros. A esse respeito, vários estudos suscitaram debates entre os especialistas, a propósito da ideia de que o poder régio nas sociedades castelhana e portuguesa era desprovido de referenciais teológicosagrados, diferentemente dos rituais que se desenvolveram entre os reis franceses. Estas interpretações com base em fontes de diversos matizes, como os specula principis (espelhos de príncipes), a cronística, a hagiografia, as obras legislativas e as de cunho jurídico e literário ganharam corpo e mesmo diante de uma substancial produção carecem ser discutidas e revisitadas. Este curso visa discutir primordialmente as relações de poder e os registros da memória nas sociedades da Baixa Idade Média ibérica, por meio da visualização das interrelações entre realeza, clero e nobreza; com especial destaque para os reinos de Portugal e Castela, entre os séculos XIII-XV. |