Cidades dos Vivos e Cidades dos Mortos no Mediterrâneo Antigo
O Mediterrâneo Antigo era repleto de cidades. Uma das principais formas de integração do território no Império Romano foi a fundação de novas comunidades ou a transformação das aldeias já existentes em povoamentos romanizados. Cada cidade acabava por construir uma necrópole, pois era fundamental que os corpos e/ou as cinzas dos familiares ficassem próximos dos membros vivos das famílias para que os ritos funerários nunca deixassem de ser conduzidos. Os romanos acreditavam que as almas dos corpos insepultos ou das tumbas abandonadas voltavam ao mundo dos vivos para fazerem mal aos mesmos. As cidades eram os pólos de administração imperial. Cada província tinha uma sede citadina que interligava todas as outras comunidades ao poder romano. Cada província contava com um Governador, escolhido pelo Senado, se fossem províncias pacificadas, ou pelo Imperador, se fossem províncias nas quais existissem exércitos estacionados. Estes Governadores iam para as províncias devidamente acompanhados de Pretores Peregrinos, Questores, entre outros assessores, que os auxiliavam a manter a integração do território imperial. Muitos destes acabavam enterrados nestas paragens. As necrópoles romanas acolhiam tanto túmulos para corpos que eram inumados, quanto columbários para as urnas das cinzas e dos ossos dos corpos que eram cremados. Assim, estudar as cidades dos vivos e dos mortes torna-se fundamental para o conhecimento do Império Romano.